segunda-feira, 20 de junho de 2016

Mrs. Dalloway - Virgínia Woolf



Diria que Mrs. Dalloway é o retrato de uma época, de uma sociedade burguesa inglesa pós-guerra mundial. Toda a história se passa em um único dia (recurso usado por outros autores como James Joyce), no qual Clarissa Dalloway dará uma festa em sua casa para a alta sociedade. O livro inicia com uma simples ida a floricultura até a festa que é dada pela protagonista em sua casa à noite. Para contar essa história, Virgínia Woolf usa do fluxo de consciência, ou seja, é uma técnica literária na qual o autor transcreve o processo de pensamento de um ou mais personagens, associando ideias e fazendo "hiperlinks" mentais.
A leitura não flui muito bem, mesmo sendo um livro de 188p. [na Edição da Folha], justamente por causa da maneira da narrativa: excesso de pensamentos e a troca constante de pessoas [junto com seus pensamentos]  e lugares. Este livro exige um pouco mais do leitor, pois primeiro as personagens são jogadas no texto, para depois você compreender quem são e a sua relação na história. Esse livro me lembrou a escrita de Lygia Fagundes Telles, em seu livro "As horas nuas", Em ambos as protagonistas são mulheres de meia-idade, com amores do passado, relação mãe-filha não muito boa...
A leitura é válida com certeza, mas não espere devorar com facilidade as palavras de Virgínia. 

Um fato curioso retirado do livro Conversando com Mrs. Dalloway (vide referência ao final):

Virgínia Woolf perdeu a mãe ainda na adolescência, e uma amiga muito devota chamada Katharine  "Kitty" Maxse prometeu cuidar de Virginia e sua irmã Vanessa. Katharine era uma socialite de almanaque, que seguia as regras de etiqueta dessa sociedade e cuja vida girava em torno das expectativas sociais. Virgínia nunca se deu muito bem com Kitty, pois tinham personalidades bastante diferentes. Muitos anos depois, Kitty veio a falecer com um tombo em sua casa. Nada tirava da cabela de Virgínia a suspeita de que fora suicídio, e que talvez Kitty não fosse assim tão perfeita como parecia. Kitty serviu de inspiração para Virgínia ao criar sua personagem que depois de um conto, ganhou lugar em um romance. 


REFERÊNCIA:

Johnson, Celia Blue. Conversando com Mrs. Dalloway:  a inspiração por trás dos grandes livros de todos os tempos. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 


Obs: Esse livro é muito interessante. Traz várias curiosidades sobre a inspiração de grandes clássicos da literatura e seus processos de escrita, Vale a pena conferir!!!


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