Ano de lançamento no Brasil: 2014
Direção: Spike Jonze
Gêneros: Romance; Drama; Ficção científica
Nacionalidade: EUA
Oscar de Melhor Roteiro
UAU! Esse filme é um filme que me levou a refletir sobre
muitas coisas, tão difíceis de serem expressadas, mas vou tentar. Mas antes, já
aviso: contém SPOILER!!!
Mãos à obra:
* Como é o amor nos tempos atuais? As tecnologias unem ou
separam as pessoas?
Feita para romper a fronteira do tempo e espaço, a
tecnologia, os computadores, os smartphones revolucionaram o modo de viver das
pessoas. A comunicação se tornou fácil, em tempo real, diferente das cartas que
podiam demorar meses ou até mais para chegar ao destino esperado. As notícias
corriam na velocidade dos cavalos, e hoje, em megas. Qual o impacto que essas
tecnologias causam nas relações interpessoais? Acredito que, na impossibilidade
do contato físico, do cara a cara, a tecnologia facilitou muito as relações
humanas. Vida simplificada. Mas ao mesmo tempo, de certo modo, banalizou coisas
de uma maneira não saudável.
No filme,inúmeras vezes você vê as pessoas sozinhas,
acompanhadas apenas de suas tecnologias, falando em voz alta com seus aparelhos
enquanto se locomovem, caminham nas ruas e no metrô. Interação entre as pessoas
são raras neste contexto tecnológico representado no filme, mas mesmo assim,
deixarão de ser uma necessidade humana?
* A tecnologia pode criar relações reais? O que é real?
Sendo um filme de ficção científica, em muitos momentos
fiquei extasiada com a situação retratada no filme: um homem que adquire um
software tão interativo e inteligente que acabam se apaixonando e entrando em
um relacionamento sério. Voz atraente, onipresença, inteligência, bom-humor,
compreensão, sensibilidade: são características que a evolução tecnológica
proporcionou aos seus produtos. Samantha foi um desses "produtos"
tecnológicos que, de tão perfeito, causou sentimentos fortes em Theodore, que
ao final do filme afirma nunca ter amado alguém como amou Samantha. O amor é
real, é um sentimento que se pode ter pessoas, coisas, momentos, fazeres.
Tamanha era a imitação da inteligência humana do novo software, que foi causa
de uma paixão, mas em um plano não palpável. Era um amor em outra esfera, nas
entrelinhas do mundo. Era múltiplo, pois Samantha conversava com mais de 8.000
pessoas ao mesmo tempo, realizando seu trabalho, e se apaixonou por 600 e
poucos. Poliamor, talvez uma nova característica dessa revolução tecnológica.
Era real o sentimento deles?
* Términos de relacionamentos
No filme, o elemento término de relacionamentos é abordado
constantemente. A solidão de Theodore, sua dor e sua dificuldade de seguir em
frente depois de seu casamento findado. A amiga de Theodore, Amy, também passa
por um rompimento amoroso, e o filme retrata maneiras de se lidar com essa
situação.
* Sensibilidade masculina
Este filme pretende acabar com aquele velho preconceito:
homens não são sensíveis, homens não choram. Theodore trabalha como escritor de
cartas e cartões, profissão que realiza com maestria. Difícil era não se
emocionar com seus escritos. As pessoas, em suas relações, perderam a
capacidade de escrever, de verbalizar seus sentimentos, seus momentos, que foi
preciso inventar uma profissão para algo que poderia ser tão simples e
prazeroso entre as relações humanas? O próprio Theodore, como profissional,
escrevia cartas maravilhosas a seus clientes. Mas na vida pessoal dele, ao
final do filme, ele consegue se libertar de sentimentos que o estavam deixando
de seguir a vida, consegue escrever para sua ex esposa tudo o que gostaria de
lhe dizer. Essa atitude pode ser representada como um marco em sua vida, da sua
libertação do passado e do seguir em frente.
* No final, todos querem o mesmo: a presença
Respondendo ao questionamento lá em cima. se a interação
humana deixará de ser uma necessidade humana?
Não, infinitamente não, apesar da evolução tecnológica ter
caminhado dessa maneira, o toque, o ombro amigo, o cara a cara continua sendo o
que a alma humana espera constantemente: ser abraçada por outra alma, mas,
também, por outro corpo, O final do filme é esse: Theodore e sua amiga Amy,
sentados juntos vendo o por-do-sol (ou era o nascer dele? - não me lembro).
E você que já assistiu o filme Ela (Her), teve alguma outra
reflexão? Compartilha aqui então ;)
Até o próximo post.
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