sábado, 11 de junho de 2016

Filme: Ela (her)


Ano de lançamento no Brasil: 2014
Direção: Spike Jonze
Gêneros: Romance; Drama; Ficção científica
Nacionalidade: EUA
Oscar de Melhor Roteiro



UAU! Esse filme é um filme que me levou a refletir sobre muitas coisas, tão difíceis de serem expressadas, mas vou tentar. Mas antes, já aviso: contém SPOILER!!!
Mãos à obra:

* Como é o amor nos tempos atuais? As tecnologias unem ou separam as pessoas?
Feita para romper a fronteira do tempo e espaço, a tecnologia, os computadores, os smartphones revolucionaram o modo de viver das pessoas. A comunicação se tornou fácil, em tempo real, diferente das cartas que podiam demorar meses ou até mais para chegar ao destino esperado. As notícias corriam na velocidade dos cavalos, e hoje, em megas. Qual o impacto que essas tecnologias causam nas relações interpessoais? Acredito que, na impossibilidade do contato físico, do cara a cara, a tecnologia facilitou muito as relações humanas. Vida simplificada. Mas ao mesmo tempo, de certo modo, banalizou coisas de uma maneira não saudável. 
No filme,inúmeras vezes você vê as pessoas sozinhas, acompanhadas apenas de suas tecnologias, falando em voz alta com seus aparelhos enquanto se locomovem, caminham nas ruas e no metrô. Interação entre as pessoas são raras neste contexto tecnológico representado no filme, mas mesmo assim, deixarão de ser uma necessidade humana? 

* A tecnologia pode criar relações reais? O que é real?
Sendo um filme de ficção científica, em muitos momentos fiquei extasiada com a situação retratada no filme: um homem que adquire um software tão interativo e inteligente que acabam se apaixonando e entrando em um relacionamento sério. Voz atraente, onipresença, inteligência, bom-humor, compreensão, sensibilidade: são características que a evolução tecnológica proporcionou aos seus produtos. Samantha foi um desses "produtos" tecnológicos que, de tão perfeito, causou sentimentos fortes em Theodore, que ao final do filme afirma nunca ter amado alguém como amou Samantha. O amor é real, é um sentimento que se pode ter pessoas, coisas, momentos, fazeres. Tamanha era a imitação da inteligência humana do novo software, que foi causa de uma paixão, mas em um plano não palpável. Era um amor em outra esfera, nas entrelinhas do mundo. Era múltiplo, pois Samantha conversava com mais de 8.000 pessoas ao mesmo tempo, realizando seu trabalho, e se apaixonou por 600 e poucos. Poliamor, talvez uma nova característica dessa revolução tecnológica. Era real o sentimento deles?

*  Términos de relacionamentos
No filme, o elemento término de relacionamentos é abordado constantemente. A solidão de Theodore, sua dor e sua dificuldade de seguir em frente depois de seu casamento findado. A amiga de Theodore, Amy, também passa por um rompimento amoroso, e o filme retrata maneiras de se lidar com essa situação. 

* Sensibilidade masculina
Este filme pretende acabar com aquele velho preconceito: homens não são sensíveis, homens não choram. Theodore trabalha como escritor de cartas e cartões, profissão que realiza com maestria. Difícil era não se emocionar com seus escritos. As pessoas, em suas relações, perderam a capacidade de escrever, de verbalizar seus sentimentos, seus momentos, que foi preciso inventar uma profissão para algo que poderia ser tão simples e prazeroso entre as relações humanas? O próprio Theodore, como profissional, escrevia cartas maravilhosas a seus clientes. Mas na vida pessoal dele, ao final do filme, ele consegue se libertar de sentimentos que o estavam deixando de seguir a vida, consegue escrever para sua ex esposa tudo o que gostaria de lhe dizer. Essa atitude pode ser representada como um marco em sua vida, da sua libertação do passado e do seguir em frente. 

* No final, todos querem o mesmo: a presença
Respondendo ao questionamento lá em cima. se a interação humana deixará de ser uma necessidade humana?
Não, infinitamente não, apesar da evolução tecnológica ter caminhado dessa maneira, o toque, o ombro amigo, o cara a cara continua sendo o que a alma humana espera constantemente: ser abraçada por outra alma, mas, também, por outro corpo, O final do filme é esse: Theodore e sua amiga Amy, sentados juntos vendo o por-do-sol (ou era o nascer dele? - não me lembro).

E você que já assistiu o filme Ela (Her), teve alguma outra reflexão? Compartilha aqui então ;)
Até o próximo post.


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