sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Lendo Paulo Coelho, sim

Quem nunca ouviu alguém dizendo que Paulo Coelho não é literatura, que não tem qualidade literária, que isso e aquilo... ?
Sim, já ouvi muita gente falando coisas assim, mas peraí. Não é ele considerado o brasileiro mais lido do mundo? 
Como não havia lido nada do autor, resolvi me aventurar pelo livro O Diário de um Mago. Escolhi esse livro pois foi o primeiro livro do autor, mas principalmente porque narra a sua tragetória pelo Caminho de Santiago de Compostela (assunto que me fascina)! Esse livro, diferente de outros do autor - que são considerados romances literários - é mais classificado como uma Biografia, Autobiografia aliás, com um quê de ocultismo.




Acredito que tenha lido em um livro sobre 500 grandes escritores que o motivo pelo qual Paulo Coelho é tão polêmico está relacionado com o quê de misticismo e exoterismo que tem suas obras. 
Na minha opinião, hoje em dia é permitido se escrever sobre tudo, e com infinitas possibilidades de estilo e forma para se contar a mesma história. Acontece que nenhum escritor é igual ao outro. Alguns possuem um estilo incrivelmente marcante, único e sensacional! Outros podem não ter linguagens tão rebuscadas, mas chamam a atenção por sua temática, ou pelo marketing pessoal, enfim, por outros motivos. O fato de Paulo Coelho escrever sobre a busca de sentido para a vida, sobre esperança e crenças, pode ter sido sua chave para o sucesso. Nem sempre a melhor escrita é a mais aclamada pelo povo. Aliás, vemos que isso geralmente é inversamente proporcional. Lembrei agora de Augusto Cury, conhecido pelas suas obras de psicologia e Autoajuda, mas que também se aventurou em escrever alguns Romances Literários, como O vendedor de sonhos. Sim, seus romances são carregados com seu estilo de Autoajuda, mas não deixam de ser histórias contadas sobre a forma de literatura. 
Ainda não terminei de ler o livro, e sei que gostar ou não de um escritor, é um direito de cada leitor.  Mas penso que ficar discutindo o que é ou não literatura não leva ninguém a lugar nenhum. Ficar julgando se um escritor é digno ou não de suas conquistas, de ter chegado onde chegou apenas reflete a incapacidade de ser igual a ele. Por que não ficar feliz por um brasileiro que fez grande sucesso mundo afora? Por que não ficar feliz por as pessoas estarem lendo mais? Ler, independente do que seja, amplia nossos horizontes, nos faz querer conhecer cada vez mais, nos aprofundar nas infinitas possibilidades que o mundo das letras pode proporcionar.

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